sexta-feira, 28 de março de 2008

Xeque

"[...] Que o povo acredite que conhecer é conhecer até o fim [...]".

Friedrich Nietzsche

Nietzsche declarou isso há mais de cem anos, mas parando e observando a suposta realidade que nos rodeia, posso assegurar com precisão semi-cirúrgica que paramos de desejar tal conhecer.

O que conhecemos até o fim? E não tratando-se apenas dos emaranhados filosóficos da metafísica humana, nem dos questionamentos de philo e sophia ou até mesmo indagando a verdade socráticamente.

Porque novamente ele, nosso amigo Fried (para os íntimos), pede que ao menos uma vez sejamos cautelosos, ou seja "afilosóficos"(sic). Isso nos coloca em xeque, uma vez que ele é um dos maiores filósofos e tanto critica seus antecessores, mas pede para agirmos com cautela, buscando o conhecimento até o fim. Em termos atuais, as atitudes filosóficas.

Em nosso cotidiano, como as coisas banais da vida, o que conhecemos até o fim? Desde o funcionamento de uma máquina (a de lavar, por exemplo) até a real utilidade da existência humana que tentamos desvendar há milênios, a resposta é nada. Ninguém conhece alguma coisa até o fim. Nem o próprio Nietzsche que por tanto tentar conhecer tudo até o fim, acabou molestado pela demência.

E não bastando todos os nossos não-conhecimentos da atual realidade, ainda vamos em busca de mais não-conhecimentos, como a vida extraterrestre, os mistérios das construções antigas (as pirâmides, Stonehenge, Machu Pichu...). Essas respostas ainda não foram desvendadas, ou encontradas por assim dizer, mas estamos sempre anseando buscar mais desafios e tentando conhecer até o fim.

Perdoem a audácia, mas nem com o mapeanento da cadeia de DNA pudemos finalmente entender a essência humana, nos desvendar, nos conhecer inteiramente. Em meios termos, não somos entendidos nem do que somos! Parece complexo, mas a realidade é muito simples e como citado anteriormente, nós criamos complexidades e indagações. Nós, Nietzsche, Sócrates e tantos outros.

Voltando ao tema: o que conhecemos até o fim? Nada ou quase, insisto. Porque com tanta comodidade na comunicação, no raciocínio e até mesmo nos relacionamentos, nos acomodamos nessa endoma de tecnologia e sabemos das coisas até onde é preciso, até onde atende nossas necessidades, por maiores que sejam.

A verdade é que não precisamos conhecer até o fim. Ou melhor, não nos importamos.
Até agora...

Um comentário:

Anônimo disse...

Se quisermos ir até o fim, também seremos molestados pela demência, assim com aconteceu com o grande filósofo...abraços