quarta-feira, 21 de maio de 2008

Adiantado

Devido ao nosso prezado feriado católico, adianto a postagem dessa semana... Enjoy...

O que você anda fazendo por um mundo melhor?

Piegas, mas real...

Outro dia, em uma das minhas habituais viagens mentais, tal pergunta tornou-se o foco de atenção. O que eu tenho feito para um mundo melhor?
Não sou nenhuma pensadora, filósofa, matemática, astrônoma ou qualquer coisa que o valha para melhorar instantânea e miraculosamente as moléstias da humanidade. Mas eu posso reciclar meu lixo, não jogá-lo na rua, usar sacos de pano para as compras, andar de bicicleta, doar um agasalho ou 10,00 para uma instituição de crianças com AIDs.

Eu posso parar de usar coisas com aerosol, de comer no Mc Donald´s, de visitar outlets da Nike, de comprar produtos chineses, de gastar com frivolidades, de me importar com uma bolsa nova, um jeans de marca, um All Star de 110,00, uma Mont Blanc.

Não brigar com minha irmã mais nova por tudo que ela faz, passar mais tempos com meus 6 cachorros, regar com freqüência minha violeta, pedir novamente para os vizinhos não jogarem lixo na porta da minha casa, não estacionarem o carro em frente a minha garagem.

Não votar em branco nessa eleição, não abaixar a cabeça para a Telefonica quando ela corta meu telefone com a conta paga, exigir meus 0,04 centavos de troco no hipermercado de um certo milionário.

Largar jornalismo, estudar biologia marinha e ir cuidar das tartarugas do Nordeste, virar sindicalista para apoiar os seringueiros, entrar para a FUNAI, adotar uma criança do Nepal.

Virar embaixadora (o correto é embaixadora, a representante diplomática, embaixatriz é a esposa do embaixador) da ONU.

Fazê-lo acreditar que até você, ai, sentado, lendo essa retórica embasada na viagem mental de uma "narcotico-mentora", pode sim melhorar o mundo, nem que de forma ínfima.


Ou pelo menos tentar...

sábado, 10 de maio de 2008

Atraso

Obviamente, quem visita esse blog se pergunta: por que essa frase inicial ao clicarmos no link?

Respondo-os com grande prazer. Fora a grande homenagem ao nosso Raul (Metrô linha 743), acredito que a retórica seja verdadeira.

A gente sempre pensa melhor no momento de imobilidade... Ninguém reflete muito sobre filosofias, vãs ou não, em seu corriqueiro cotidiano. Estamos sempre concentrados nas banais atividades. E embora a atividade cerebral seja constante, ela não é voltada para a arte, por assim dizer da reflexão. Precisamos parar tudo, num momento de tranquilidade e pensar.
Difícilmente alguém que carregou peso e/ou esforçou fisicamente o dia todo, pára e reflete sobre as realidades das indagações de Sócrates sobre a sociedade de sua época.

Sim, a pessoa pensa. Em como precisa fazer as coisas, as contas que deve pagar, em quanto trabalho falta...

E eu, sendo uma das pessoas, sem tempo para realmente refletir e escrever sobre essas reflexões como sempre faço às sexta-feiras, atrasei a postagem do melhor blog do mundo.

Pensem nisso essa semana. Em quem realmente pára para pensar uma única vez por semana. Pensar com direito a reflexão, a indagação.

Pensem nisso.