terça-feira, 18 de agosto de 2009

A cabeça e o tórax

A pessoa que um dia disse que era fácil gostar de alguém estava embriagada. É bem difícil. Principalmente com a convivência diária, com as conveniências, com os defeitos latentes e aquelas coisas feitas somente para irritar.

Sábio é o que disse que não dá para mandar no coração. Esse sim merecia todos os louros e citações em todos os livros. Aliás, essa metáfora de coração veio bem a calhar. Porque quando dói de verdade, é nele, é bem no centro do peito, aquele aperto enorme que faz a gente se esquecer de como se respira.

Até pouco tempo, era muito fácil. Gosta ou não gosta. Daí nós crescemos, aprendemos a conviver com as diferenças. Você começa gostando, acha que deixou de gostar, mas para sempre vai gostar. Mesmo não gostando de gostar do jeito que gosta.

E deixar de gostar leva tempo. Mais do que gostar. Tem coisa que a gente nem precisa ver para saber que gosta. Ou ver uma vez, e pronto, gostar demasiadamente. Mas e aquelas que a gente gosta há tanto tempo? E por alguma razão precisamos deixar de gostar. E como disse Proust: "Quando a dor acaba questionamos se realmente amamos". Mas amamos. De uma forma fraternal, sem febre e sem aquela angústia típicamente jovem, mas que vem em qualquer idade.

Quanto tempo leva até dar o tempo certo? E quando dá certo, como sabemos? O certo pode ser temporário?

Pense. Cá fico eu, pensando também.

Mas deixo a dica: o tórax é maior que a cabeça porque aguenta mais dores.

Um comentário:

Anônimo disse...

eU PENSO: O AMOR, ELE ENRIQUECE, POIS UMA VEZ AMANDO, SEMPRE AMANDO. PODES QUERER DEIXAR DA CONVIVÊNCIA, DO TATO, DO ALMOÇO, DA INTIMIDADE....MAS UMA VEZ AMADO...VERDADEIRAMENTE..PARA SEMPRE AMADO. o AMOR É ÚNICO, ELE DÓI, SÓ ELE ALIVIA, MAS NUNCA SUBSTITUI...MUITO LINDO TEXTO, PARABÉNS